terça-feira, 20 de março de 2012

Resenha Critica por: Kenia Alessandra P.Fuzeta

LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e registro de Práticas.

São Paulo; Cortez, 2009

A autora é pedagoga, mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE/USP) e doutoranda na mesma universidade,  sua trajetória profissional passa pela docência na Educação Infantil e  pela ministração em cursos e oficinas voltados ao processo de formação contínua de educadores.No entanto nos apresenta um livro que fala sobre educadores, sobre educação infantil, sobre registro de práticas. No esforço de buscar uma educação de qualidade e na tentativa de mostrar à sociedade e, especialmente, às políticas públicas o valor da educação, dos professores, de suas práticas. O livro é dividido em IV capítulos, sendo que no I capítulo a autora faz um diálogo com outros autores sobre o que é registrar? Registrar para quê? Elucidando o conceito de registro procurando formar uma concepção que considere as diferentes linguagens e a criança como produtora de marcas.

Registrar a prática não é apenas escrever sobre ela; registro é relato, narrativa, descrição e ainda mais. Registrar é refletir, planejar, avaliar. Não é apenas escrever; desenho e imagens podem ser considerados formas de registro, especialmente no caso da criança. Concordo com a autora, pois registrar envolve as reações das crianças, seus pontos positivos e negativos percebidos no desenvolvimento, tendo em vista que o professor busque um olhar observador.

A autora considera imagens e desenhos como forma de registros, forma de expressão, representação, comunicação. Não apenas os textos escritos constituem registros, mas também os não verbais podem representar memória, reflexão, descrição, análise. Portanto a criança como produtora de registros, de marcas que representam sua história, sua presença no mundo. A autora nos deixa claro que devemos compreender o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças e como ela explora o mundo, pois a mesma se expressa de varias formas, basta ficarmos atentos a essas expressões.

Segundo Márcia Gobbi, os desenhos podem ser compreendidos como fontes documentais que nos informam sobre as crianças, sobre sua infância em diferentes contextos sociais, históricos e culturais.

O II capítulo é abordado a relação-memória, recuperando a história da Educação Infantil em São Paulo e prosseguindo a reflexão sobre as possibilidades do registro de práticas na formação de professores e na melhoria da qualidade de ensino.

O registro é, portanto, elemento imprescindível ao trabalho na educação Infantil, apresentando- se intrinsecamente relacionado à observação, ao planejamento e à avaliação, considerados por Madalena Freire (1996) como instrumento metodológicos com os quais o professor conta para a realização de seu trabalho. Quando a autora nos fala em memória, remete-nos, na narração de um dia de aula, no relato de um projeto,reconstruindo lembranças que se apresentam de maneira singular a cada pessoa,que interpreta,compreende,analisa os acontecimentos por meio de sua história de vida, de seus conhecimentos, crenças e concepções. Concordo com a autora quando diz que sem memória não há passado e nem futuro. E que registrar a própria prática é atribuir valor à experiência docente, ou seja, é produzir memória, memória das práticas escolares, e construir história é ser sujeito. Sendo o professor autor de sua prática reflexiva e portador de saberes e fazeres.

O capítulo III destaca outras formas de registro capazes de conferir maior liberdade ao professor, possibilitando que sua prática venha à tona e seja transformada em objeto de reflexão e de estudo. Temos os planos, registros diários e portfólios. O educador encontra na elaboração de seus planos de ensino, oportunidade de refletir sobre seus educandos, suas características e suas necessidades. Tanto os registros e portfólios são importante instrumento para a prática avaliativa do professor. Vale ressaltar que é importante que as famílias façam parte desse processo. Segundo Hilda Micarello são instrumentos a ser compartilhado com as famílias, pois possibilitam uma visão de conjunto das produções da criança e dos processos vivenciados por ela.

A autora evidencia a preocupação com a produção de registros pelas crianças: como autoras do projeto e produtoras de conhecimento, e espera-se que também registrem seu percurso e suas descobertas.

O capítulo IV a autora retoma sobre a importância dos registros, pois deve possibilitar a construção de um saber válido com base na reflexão e no diálogo com a teoria. Portanto, meio e fim para a melhoria da ação pedagógica. É meio para o planejamento, a reflexão, a avaliação, o desenvolvimento profissional. Mas também constitui fim em si mesmo, pois é documento, registra memória, expõe um processo, representa produção de saberes. A obra nos faz repensar sobre nossa prática pedagógica, enriquecendo as nossas ações e sobre o olhar observador que devemos ter sobre nossas crianças, contribuindo com o seu crescimento e desenvolvimento, permitindo apreendê-la em toda a sua riqueza.

Resenha crítica por Vânia Cristina Gavilan Leite

Resenha critica de:

LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e Registro de Práticas. São Paulo: Cortez, 2009. (Coleção docência em formação – Série Educação Infantil)

            A autora do livro Amanda Cristina Teagno Lopes, possui graduação em Pedagogia pela Universidade de São Paulo (2001) e mestrado em Educação pela Universidade de São Paulo (2005). Atualmente é doutoranda na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, bolsista Capes. Realizou estágio de pesquisa na Universidade de Bolonha, Itália (2008). Foi professora de Educação Infantil na Rede Municipal de São Paulo e assessora do Departamento de Normas Técnicas e Orientação Educacional - SME Guarulhos. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Infantil e formação de professores, atuando principalmente nos seguintes temas: educação infantil, didática, formação de professores[1].
O propósito do livro é fornecer aos docentes e alunos das diversas modalidades de ensino em nosso país, novas técnicas de pedagogia para a formação de saberes e conhecimentos na formação profissional do educador ou de alunos.
O desenvolvimento profissional dos professores é objetivo clássico de propostas educacionais que valorizam a sua formação não mais baseada na racionalidade técnica, mas fazendo uma perspectiva de tomada de decisões e praticas de ensinar dentro da sala de aula.
A educação hoje em dia deve assumir novos espaços que contrastem o desenvolvimento e ao acesso a cultura para uma boa formação estudantil.
A autora também argumenta que os diários docentes, constituem em um importante instrumento de análise do pensamento do professor, já que no mesmo ele expõe-explicar-interpretar a sua ação cotidiana na sala de aula e também fora dela.
Quanto ao registro percebe-se que há uma grande possibilidade de formação, reflexão, de introversão, tendo em vista a compreensão no cotidiano em sala de aula.
Para a autora, o pensamento e a linguagem encontram-se intrinsecamente na transformação do processo de formação dos professores, promovendo assim uma melhoria na qualidade de ensino.
A escola tem grande atuação na vida dos alunos sedentos de aprender, tanto na apropriação da linguagem com fala, expressão e escrita.
Registrar é produzir conhecimento, valorizando na pratica pedagógica e o oficio docente com aperfeiçoamento profissional do professor em sala de aula buscando assim uma boa formação valorizando a educação brasileira.
Antigamente o oficio docente pautava-se na tradição de práticas e saberes e dificilmente descontextualizáveis. Hoje o professor constrói sua própria teoria com base na reflexão sobre a prática e na atribuição de sentido às suas ações.
Saber registrar a prática é conferir-lhe um status até então inexistente, sem cair no praticismo favorecendo assim uma interlocução e dicotomia docente da prática escolar.
Como sabemos a prática de registrar implica em uma proposta que considera o professor como autor de sua prática e a necessidade de reflexão e formação contínuas, caracterizados por uma boa prática pedagógica.
Nesta busca de ensinar uma boa consolidação deve instigar a desenvolver uma ação docente que vise transpor conhecimentos e práticas como uma demanda de ensino, independente de tempo para a observação ou registro de ações.
A intervenção do professor é atender ao processo de aprendizagem e desenvolvimento em seus mais diversificados meios estudantis dentro da sala de aula, muitas vezes esses ensinamentos se tornam defasados ao que se subsidia em registra mais redimensionar sua ação docente.
Nós professoras devemos procurar uma ação docente que vise acima de tudo ponderar seus diversos aspectos de planejamento, pois uma boa prática docente acarreta em uma análise critica que possibilita rever o trabalho, avaliá-lo e redirecioná-lo a novas perspectivas de ensino.

[1] https://sistemas.usp.br/tycho/curriculoLattesMostrar?codpes=2928694


Postado por: Vânia Cristina Gavilan Leite 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Resenha crítica por Ana Cláudia dos Santos Ronto


Resenha critica de:
LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e Registro de Práticas. São Paulo: Cortez, 2009.


A autora discorre sobre a importância da prática do registro na Educação Infantil, que tem como objetivo a valorização da prática do professor. O registro é um instrumento onde o professor busca refletir sobre a sua prática, revendo seus conceitos por meio da observação, onde acontece a reconstrução de novas ideias sobre sua ação em sala de aula, ou seja, com o registro é oportunizado ao professor rever quais objetivos foram alcançados, quais aspectos precisam ser reestruturados para que a aprendizagem ocorra de fato.

Para Madalena Freire (1996, p. 6) “O registrar de sua reflexão cotidiana significa abrir-se, para seu processo de aprendizagem”. Assim o registrar faz com que o professor se aproprie de sua reflexão acerca de sua prática melhorando a relação de ensino-aprendizagem.

A partir do registro, da observação e avaliação é que o professor pauta suas práticas de acordo que atenda as necessidades das crianças. Na educação infantil o desenho aparece como uma ferramenta importante no desenvolvimento das crianças, pois é por meio dele que ela manifesta suas reações, desejos e faz com que se torne um meio de aprendizagem, tornando-se um instrumento valioso de registro. Para isso cabe ao professor propiciar momentos para que a criança registre o seu desenvolvimento, produzindo sua marca que juntamente com os registros do professor poderá construir a sua própria identidade.

Com o surgimento da Escola nova surge a necessidade dos registros para redefinir o fazer pedagógico do professor, utilizando a observação, a experimentação e a pesquisa buscando aprimorar a prática em sala de aula.

Além dos registros formais que são os diários de classe, ata de reunião e os registros de trabalhos coletivos, a autora cita outros recursos utilizados como formas de registros que são os portfólios, os cadernos de registros diários.

O registro docente aparece para valorizar o papel do professor, a experiência que traz consigo, onde a partir dela possa construir novos conhecimentos. Faz também com que o professor sujeito de sua ação, reflita sobre a sua prática. Em um contexto da percepção da complexidade da prática pedagógica, do professor como agente de sua prática intelectual crítico-reflexivo (Pimenta, 2002), pensar o registro é valorizar o trabalho docente, entendendo-o como profissão que demanda conhecimento, estudo, reflexão sistemática.

Assim o registrar possibilita ao professor o rompimento de antigas práticas e a reconstrução de novos conhecimentos, onde ele possa realmente ser o autor de sua prática e que esta seja a mola propulsora para a reflexão e a construção de um novo saber.

Postado por Ana Cláudia dos Santos Ronto.  
           
           
           
           


sexta-feira, 16 de março de 2012

Resenha crítica, por Solângela Lins Vieira


Resenha crítica de:
LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e Registro de Práticas. São Paulo: Cortez, 2009.

A autora inicia construindo o conceito e o significado do termo registrar, apoiando-se nas concepções de diversos autores, dentre eles Madalena Freire (1983, 1996), Paulo Freire (1993), Cecília Warschauer (1993), 2001), Miguel Angel Zabalza (1994) e Júlia Oliveira Formosinho (2002).
Nas várias concepções de registro pedagógico citadas pela autora, foram incluídas diferentes formas de portfólios, relatos diários, registro de observação entre outras, percebendo a criança como produtora de marcas e o desenho como linguagem, pois o desenho é em sua etapa inicial, motor e visual, tornando-se instrumento de comunicação e representa linguagem privilegiada que atende à escrita, mas não deve ser substituída por ela, considerando que para a criança o desenho tem o papel de comunicação de idéias; antes de perceber essa possibilidade ela apenas faz riscos, sem nenhum significado aparente e com outras pessoas a criança começa a dar forma e representação ao seu desenho.
Recurso muito utilizado na Educação Infantil por fazer parte desse universo e o papel do professor é de observar, incentivar, questionar ampliando as experiências da criança que serve de material para momento de reflexão na reelaboração do plano de aula para reformular estratégias e avanço na aprendizagem.
Em busca da ampliação do olhar sobre o registro, Lopes (2009) segue a obra mostrando práticas de registro no contexto da história da Educação Infantil em São Paulo e na história da educação no Brasil. A autora não deixa de ressaltar a mudança da concepção da infância havida na passagem do século XVIII para o XIX, em que a este período da vida passou a ser visto como sendo composto por categorias próprias; também não deixa de mencionar o registro no contexto do movimento da Escola Nova, mostrando as peculiaridades que esta prática adquiriu por conta dos ideais daquela escola. Ainda no segundo capítulo, a pedagoga analisa as relações entre registro e memória, enfatizando a importância da recuperação da narrativa para a construção de história, de autoria.
A seguir, são analisadas algumas formas de registro, como os cadernos de registro diário, os portfólios de projetos e outros registros. Todas estas modalidades de registro, sejam elas mais ou menos formais, contribuem para a execução do trabalho docente e são, cada uma à sua maneira, indispensáveis à documentação que é a base a partir da qual o professor pode construir sua reflexão e aperfeiçoar seu trabalho.
Em suas considerações finais, Lopes (2009) lembra da dimensão organizacional na qual se insere o registro do professor, dimensão esta que evidentemente tem um peso sobre seu trabalho como um todo e, particularmente, sobre os seus registros. Por outro lado, como já salientado, o registro permite a reflexão do professor sobre a sua prática, sendo assim um instrumento formativo. De uma forma mais abrangente, o registro pode ser encarado também dentro de uma proposta integral de formação de professores, sobre a qual a autora encerra suas considerações.

Por Solângela Lins Vieira.